O delegado Marcel Willian Oliveira
de Sousa ouviu a mulher do Guarda Municipal Eliel Silveira Levy, de 37 anos, encontrado carbonizado no
porta-malas do próprio carro em meados de setembro em São Pedro (SP). Sousa não
quis comentar sobre o conteúdo do depoimento e disse que só finalizará o
inquérito após terminar as diligências, receber os laudos periciais pendentes e
ouvir todas as testemunhas.
Segundo ele, a mulher de Levy, uma
cantora gospel de 36 anos, foi à delegacia acompanhada dos advogados há 15
dias. O delegado preferiu não dar detalhes do andamento do processo para não
atrapalhar as investigações. "Não posso dizer quem são os suspeitos."
Entenda o caso
O guarda e a esposa estavam
desaparecidos desde o dia 16 de setembro, quando o irmão de Levy comunicou o
desaparecimento do casal à Polícia Civil por volta das 16h30 daquele dia. Na
mesma data, um Volkswagen Gol preto pertencente ao GM foi encontrado com ossos humanos
carbonizados numa área rural do bairro Santo Antônio, em São Pedro.
Junto ao carro e ao corpo a perícia
apreendeu no veículo da vítima um carregador de pistola, um distintivo e partes
de instrumentos musicais. Desde que a Polícia Militar achou o veículo queimado,
a família estava sem notícias do casal. O outro carro usado pelos dois, um
Hyundai Elantra, também não tinha sido localizado pela polícia, segundo o
delegado.
Em outubro deste ano, um laudo da perícia feito pela Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) confirmou que o corpo carbonizado pertence ao guarda
municipal de Piracicaba. Na ocasião, assim que o delegado recebeu o documento
com a confirmação, ele autorizou que a ossada do GM fosse liberada para o
enterro. Nesta ocasião, Sousa informou que a mulher não estava desaparecida,
mas até então não havia comparecido à delegacia para esclarecimento. A família
enterrou os restos mortais do guarda no dia 26 de outubro, no Cemitério da Vila
Rezende, em Piracicaba.
Perícia da Unicamp
De acordo com o professor de
odontologia legal da Unicamp Eduardo Daruge Junior, responsável pelo laudo, o
trabalho realizado foi feito a pedido da Polícia Científica de Piracicaba. “Assim que
me solicitaram fui atrás de dados da vítima, entrei em contato com centros de
radiologia da cidade e encontrei dois dentistas dele, um que é de Piracicaba e
outro de Saltinho (SP), os quais me forneceram prontuários do paciente, o que
ajudou no trabalho”, disse o professor na época.
Daruge explicou ainda que, com os
prontuários, descobriu que Levy fez vários implantes dentários. Ele confrontou
os restos de ossos coletados e partes dentárias da vítima para chegar ao
resultado do laudo, confirmando que a ossada pertencia ao GM.
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