Corporação será a primeira armada do Estado. Desde
abril, 140 homens já passam por formação e fazem uso de pistolas e revólveres
A Guarda Civil Municipal de Aparecida de Goiânia já
começou a atuar armada e com armas obtidas pelos próprios guardas. A
iniciativa, a primeira no Estado, trata-se de resultado de um convênio da
prefeitura da cidade com a Superintendência da Polícia Federal, em abril do ano
passado, e foi adotada após o cumprimento de algumas exigências feitas pela PF.
Desde abril, cerca de 140 guardas, que passaram no curso de formação e tiro da
Polícia Civil tem trabalhado armados com pistolas 380 e revólveres calibre 38.
A Prefeitura abriu licitação para a compra de novos armamentos e, em breve, o
arsenal será reforçado. O edital prevê a aquisição de 100 pistolas, cinco
carabinas calibre 38 e cinco escopetas calibre 12.
A medida não passou por votação na Câmara Municipal.
Segundo o secretário de Defesa Civil e Guarda Civil Municipal, sargento Jonas
Alves Cachoeira, a ação independe de decisão do legislativo. A obrigatoriedade
é obedecer os requisitos solicitados pela Polícia Federal. Dentre eles, além da
formação em curso de tiro e técnica, existe ainda a necessidade de criação de
uma corregedoria e de uma ouvidoria. Sargento Jonas Alves informa que todos
esses requisitos foram atendidos, e acrescenta: “Eles requerem, em média, uma
carga horária de curso de 160 horas. O nosso pessoal teve, ao todo, 230 horas”,
diz.
A Guarda de Aparecida conta, hoje, com um efetivo
de 233 homens. Desses, uma média de 10% não conseguiram aprovação nos cursos de
tiro e, portanto, foram considerados ineptos para atuarem armados. Jonas Alves
reconhece que a iniciativa é polêmica, até mesmo em razão do histórico vivido
pelos colegas de corporação, em Goiânia. Há anos, a adoção de armas pelos
guardas da capital é discutida e, até então, não se chegou a um consenso. O
sargento rebate, no entanto, que o uso dos armamentos é essencial para a rotina
dos homens, constantemente ameaçados e, conforme ele, alguns até agredidos.
Ele cita o caso da sede da Guarda, localizada no
Garavelo Park, onde é possível encontrar sinais de tiro nas paredes. Certa vez,
alguns rapazes, sabendo da facilidade de entrada e da vulnerabilidade dos
homens, teriam ido ao local e efetuado disparos. Os prédios públicos vigiados
pelos homens também eram invadidos com constância. “Eles não tinham temor. Com
os guardas armados, isso vai reduzir, já que eles terão como revidar a essa
injusta agressão”, expõe. Ele garante que a corregedoria criada recentemente
vai investigar todos os possíveis casos de atitude irregular dos guardas.
Segundo ele, existem algumas situações sendo analisadas, mas nenhuma referente
às armas, mas sobre agressões e denúncias de atitude injusta. “O telefone da
nossa ouvidoria é 153”, informa.
Fonte: GALTIERY RODRIGUES,
O HOJE
0 Comentários:
Postar um comentário