Integrante
do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Guarda Municipal de Curitiba há quatro
anos, Rosane Nascimento está acostumada a atuar em situações tensas, como jogos
de futebol, grandes festas populares, retirada de invasões e segurança em
geral. Apesar do ambiente predominantemente masculino e da rotina pesada, ela
esbanja feminilidade. “Jamais saio para as ruas sem usar filtro solar e
maquiagem leve, que retoco ao longo do dia”, diz.
Rosane faz
parte dogrupo de 133 mulheres que integram o efetivo da Guarda Municipal de
Curitiba, formado por 1.530 agentes. No grupo em que ela atua, há 40 homens e
apenas uma mulher.
Recentemente Rosane surpreendeu os colegas de trabalho,
ao se classificar em segundo lugar no Paraná num concurso de beleza nacional,
que elegeu a guarda municipal mais bonita do Brasil. Organizada numa rede
social, a competição teve o resultado divulgado no último domingo (2). “Foi uma
experiência boa e divertida, conheci pessoas de todo o País”, comenta.
Lucélia dos
Prazeres, há 28 anos na Guarda Municipal, foi uma das primeiras da corporação.
“Quando eu entrei, havia apenas 30 mulheres”, conta. Lucélia foi motorista de
viatura e trabalhou à noite em ruas da cidadania, enfrentando diversas
situações difíceis. “Mas sempre fui tratada com respeito”, afirma. “Abordagem
feita por agentes mulheres tem mais diálogo e menos força, o que muitas vezes
acaba sendo até mais respeitada”, comenta. Após 24 anos de trabalho nas ruas,
desde o ano passado ela exerce funções administrativas.
Vaidosa,
Lucélia conta que sempre carregou um porta-batom no cinturão, ao lado do
porta-algemas, o que despertava a curiosidade da população e dos colegas.
Fardada, nunca abriu mão de usar brinco, batom e rímel. Manter a feminilidade é
fundamental”, afirma.
Quando
entrou para a Guarda, Lucélia tinha uma filha de 3 anos, Camila, que hoje
também é agente da Guarda Municipal de Curitiba.
“A minha mãe
deu um empurrãozinho no início, quando eu estava definindo a minha profissão”,
explica Camila Beneduzzi, há oito anos na corporação. Grávida de oito meses de
um menino, ela brinca dizendo que talvez esteja a caminho uma terceira geração
da Guarda Municipal.
Durante a
gestação, as agentes são dispensadas de usar a farda e são deslocadas para
funções administrativas. Mesmo assim, Camila conta que normalmente se depara
com olhares surpresos por parte da população. “Quando eu digo que sou da
Guarda, algumas pessoas ainda estranham”, afirma.
Quem está há
mais tempo na Guarda, como a agente Inez Aparecida Basso, conta que as coisas
já foram bem mais difíceis para as mulheres. “Quando entrei, há 21 anos, havia
preconceito por parte dos colegas e até das chefias”, diz. “Várias vezes, ouvi
que eu não daria conta de conciliar o meu trabalho com a maternidade, por
exemplo”.
Quando o
filho mais velho, que hoje tem 20 anos, era pequeno, Inez precisou de ajuda
médica e psicológica para conseguir lidar com a situação. “Hoje, a realidade é
outra, o mundo mudou. Ainda falta avançarmos mais um pouco, mas as mulheres já
são muito mais valorizadas e respeitadas”, diz.
Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/guardas-municipais-conciliam-vaidade-com-trabalho-pesado/28767#.UTk6gjzuEHG.facebook
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