Apesar do sucesso, a Prefeitura de Fortaleza descartou expandir
o sistema ou aumentar o efetivo da Guarda Municipal
A instalação de 24 câmeras de monitoramento em pontos críticos
do Centro de Fortaleza – CE reduziu em 64% o número de ocorrências, entre
consumo de drogas, danos ao patrimônio público e pequenos furtos. Houve queda
dos 54 casos registrados em julho para 19 do mês passado. Em agosto, foram 31
ocorrências. A iniciativa, entretanto, não será ampliada para outras áreas da
cidade ainda nesta gestão. Também não contará com reforço de agentes da Guarda
Municipal nas proximidades das câmeras.
“As pessoas querem que tenham guardas municipais em todas as
praças, mas, orçamentariamente, não temos condição de contratar guardas nesta
gestão”, afirmou o diretor-geral da Guarda Municipal e Defesa Civil de
Fortaleza, Arimá Rocha. Em toda a capital, 1450 guardas fazem a segurança. O
efetivo destinado ao Centro é de 65 homens.
Desde julho, quando foram implantadas as câmeras que fiscalizam
24 horas por dia, em ângulo Ge 360 graus foram registradas 104 ocorrências, explica
o diretor-geral da Guarda. Arimá atribui a redução nas ocorrências às “rondas
mais ostensivas” da Guarda. “É um trabalho de inteligência aliado ao
videomonitoramento”.
O sistema conta com o apoio de 20 guardas na central de
monitoramento. Segundo Arimá, o equipamento é apenas uma das ferramentas de
segurança utilizadas pela Guarda Municipal. O sistema completo (PGC) e da
Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops).
A Praça da Bandeira foi a área com maior índice de redução,
passando de 26 ocorrências, em julho, para 11, setembro, o que corresponde a
uma redução de 57,69%. A demonstradora Ana Cristina Nogueira, 36, embora
costume visitar lojas no Centro, não sabia da existência da câmera naquela
praça: “É bom? É. Mas, se houvesse a própria Polícia, evitaria uma série de
pequenos assaltos que acontecem aqui. Só com essa câmera, os ladrões acabam
levando o que roubam e fica por isso”.
De acordo com Arimá, a presença das câmeras inibe a ação dos
criminosos. “A câmera ali, fiscalizando, quer dizer que tem uma segurança. Por
isso reduz, pela questão inibidora. Por si só, já tem uma presença muito forte.
O delito é registrado e a pessoa pode vir a responder criminalmente pelo fato”,
afirmou.