Prezados, saudações em azul marinho.
É lamentável quase todos os dias, acompanhar notícias de tragédias envolvendo irmãos de farda. Na maioria dos casos, tratando-se de assassinatos brutais.
Já tratamos deste assunto aqui, mas, como é algo que está fazendo parte quase do nosso cotidiano, não pode passar em branco.
Primeiro que estamos desprovidos do direito de nos defendermos o qual o Estado nos tirou através do famigerado Estatuto do Desarmamento. Lei imposta à população pelo Governo, onde os maiores prejudicados foram os cidadãos de bem. Armaram-se os bandidos... Quase não existe controle sobre eles. As desculpas para isso são quase intermináveis nos motivos...
Pior que isso, é que nós guardas municipais fomos inseridos nesta lei famigerada de forma discriminatória. Nos engessaram através das "condicionalidades", quando na verdade, deveríamos ter direito em regra ao porte particular, independente das vontades das prefeituras, por sermos agentes de segurança pública, ou seja, através do RISCO DA PROFISSÃO, como os demais agentes de polícia.
Dá tristeza viver num país tão violento, e ao mesmo tempo, tão atrasado. Um país que está ceifando vidas por meras vaidades, liberalidades excessivas para alguns e burocracias mais que questionáveis.
Acontece que, não só guardas estão perdendo a vida de forma abrupta, sorrateira e brutal. Estamos sendo caçados, pelo crime organizado e desorganizado, enquanto que os órgãos fiscalizadores, direitos humanos etc ao invés de cumprirem seu papel de proteção para com todos, muitas das vezes, só levanta a bandeira dos "mais fragilizados", quer dizer, é o que alegam...
Crianças e adolescentes portando pistolas com carregadores prolongados, fuzis e armas de grosso calibre. Determinando quem entra e quem sai da comunidade. Já existem lugares que nem os grupamentos especiais de polícia entram. E alguns quando entram, entram fazendo acordos de boa vizinhança, afinal de contas, ninguém quer morrer.
Em meio a esse caos, nos encontramos, super-homens e mulheres da GCM. Querendo resolver tudo sem a mínima condição, estrutura, muitas vezes sem farda, mas apenas com diálogo e boa vontade. Deveríamos receber medalhas de honra ao mérito todos os dias.
Uma pena que nossa PEC-534 já tramita a anos no Congresso Nacional sem ser voltada. Algo que já acontece na prática todos os dias e em diversos municípios. Pelo menos temos agora a Lei 13.022 que é Lei e ainda assim, muitos insistem em ignorá-la. Mas estamos aí, sobrevivendo.
Deixo essa nota aqui, ao mesmo tempo que sirva como reflexão. Se preservem, se unam, se amem.
Abraços a todos e que Deus os abençoe.
Texto: GCM Jarbas Pires - Lauro de Freitas/BA
Presidente do Conselho Consultivo da FEBAGUAM / Instrutor.