Feirantes de Maracanaú estão apreensivos desde o último dia 20, quando agentes da Guarda Municipal da cidade, obedecendo uma ordem judicial, executaram a remoção das barracas armadas no canteiro central da Avenida I, no Jereissati. Inconformados com a decisão, os ambulantes, que há cerca de três meses atuavam no espaço, ocupam agora outro trecho do canteiro central, mas temem ser removidos permanentemente. As barracas retiradas se encontram em um depósito da Prefeitura de Maracanaú.
Na manhã de ontem, guardas municipais ocuparam, antes da chegada dos feirantes, o trecho do canteiro central que costumava ser utilizado para o comércio. Na tentativa de evitar confrontos, os ambulantes deslocaram-se para outra área do canteiro, ainda que temendo intervenções dos agentes. O receio se deve principalmente à ação dos agentes no último dia 20. Naquela data, 140 barracas foram removidas pelos agentes e uma ambulante foi algemada e encaminhada à delegacia.
"Eu só queria saber porque não podia levar minha barraca para casa", relata a feirante Clarice Rodrigues, detida durante a remoção. Segundo conta, agentes da guarda municipal usaram spray de pimenta e a algemaram, recolhendo em seguida sua barraca.
De acordo com o presidente da Associação da Feira da Sé em Maracanaú, Simão Furtado, os 280 feirantes que hoje ocupam o canteiro central da avenida atuavam, até maio de 2009, na Praça da Sé. Quando foram impedidos de permanecer na praça, conta, instalaram-se no Feira Center, em Maracanaú, através de um convênio firmado entre o município e a administração do estabelecimento.
Em outubro do mesmo ano, porém, a administração daquele empreendimento - alegando inadimplência dos comerciantes - decidiu não renovar a parceria. Em agosto de 2010, a Prefeitura inaugurou a Feira Popular Metropolitana, próximo ao Anel Viário, e ofereceu espaço aos feirantes. Entre eles, muitos preferiram não se instalar no local, temendo que a renda caísse drasticamente.
Ordem judicial
Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Maracanaú, a ação correspondeu ao cumprimento de ordem judicial da 4ª Vara da Comarca do município. Segundo o coronel Castelo Branco, comandante da Guarda Municipal de Maracanaú, as barracas removidas estão armazenadas em um galpão da Prefeitura e serão devolvidas aos proprietários após cadastro deles.
A área ocupada do canteiro, de acordo com o coronel, corresponde a uma ciclovia. Ontem, afirmou, os agentes produziram vídeos que serão mostrados ao juiz que acompanha o caso e novas ações judiciais podem ser proferidas.
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