Guarda Municipal vai usar armas a partir de
janeiro, com 70 agentes. Os primeiros 70 guardas municipais vão concluir curso
até o mês que vem para trabalhar com pistolas. Até 2015, toda a tropa estará
armada.
Durante a ronda, uma dupla de guardas
municipais vê um homem arrancando grades de proteção de uma praça no Centro
Histórico. Um dos guardas desce do carro, mas recua ao ver o revólver que o
ladrão levava sob a camisa.
Para tentar evitar situações como esta,
ocorrida com o agente Amilton Freitas, a partir de janeiro de 2014, a Guarda
Municipal de Salvador vai passar a utilizar armas de fogo. “Tive foi muita
sorte”, diz Amilton.
Criada em julho de 2007, na gestão do
ex-prefeito João Henrique, a GM só contou com efetivo nas ruas quase um ano
depois. Desde então, os guardas municipais estão apenas munidos de armas não
letais: taser (pistola de choque), cassetete e spray de pimenta. Sua função é
garantir a proteção dos bens, serviços e instalações do poder público municipal
e contribuir com a prevenção da violência contra os cidadãos.
Pelo cronograma da prefeitura, em janeiro de
2014, 70 guardas estarão aptos a manusear armas de fogo, depois de passar por
treinamento junto à Polícia Militar e a Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp).
Dos 1.292 guardas, 465 já passaram pelas
aulas teóricas e 35 encerraram os testes de tiro, aguardando a analise psicológica
obrigatória. Um outro grupo de 35 guardas esta finalizando as aulas práticas.
“A intenção é que todos os guardas estejam
aptos para manuseio de arma de fogo em 2015”, disse o tenente-coronel Peterson
Tanan Portinho, superintendente da Guarda Municipal.
“O nosso foco é o trabalho preventivo. O
guarda continuará usando armas não letais. Se um individuo portar uma arma faca,
o guarda vai tentar imobilizá-lo com uma taser, por exemplo. A gente seguirá a
linha do uso progressivo da força”, emendou Portinho.
Compras – O Diário Oficial do Município publicou, no dia 14 deste
mês, o resumo de dois contratos entre a Superintendência de Prevenção a
Violência (Susprev), responsável pela GM, e a Companhia Brasileira de Cartuchos
(CBC) – empresa fabricante de munições e armamentos.
Um contrato tem o valor de R$ 107 mil,
referente à compra de coletes e munições. O segundo, de R$ 19 mil, visa a
compra de seis espingardas calibres 12. A Guarda pode ainda contar com doações
da PM para equipar os agentes com pistolas calibre 380, caso haja demora na
liberação de recursos federais para a compra das armas.
“A necessidade é de proteção individual
também. Atualmente, o Porto Hidroviário de Plataforma não conta com a presença
da Guarda porque a equipe que estava lá foi expulsa por traficantes armados”,
contou Portinho.
Segundo o oficial já foram criados o
Regimento Disciplinar, a Corregedoria da Guarda Municpal e a Ouvidoria. “Sem
esse tripé não seria possível o armamento”, disse.
Portinho informou também que são esperados R$
2 milhões da Senasp para a implantação de bases móveis da GM. “Queremos a
guarda mais próxima da população e também para evitar vandalismo nos espaços
públicos”.
Aulas práticas de tiro começaram em outubro
Para utilizar armas de fogo, os guardas
municipais passarão por aulas teóricas e práticas. As primeiras são organizadas
via convênio com a Secretaria nacional de Segurança Pública (Senasp), com total
de 230 horas. Os guardas terão aulas de Direitos Humanos, Cidadania, Defesa
Pessoal e, Espaço Público e Comunidades, por exemplo. As aulas começaram em
junho deste ano e vão até junho de 2014. Ao todo, 450 guardas já concluíram esta
etapa e 150 estão em curso. O segundo treinamento, o prático, é realizado no
Quartel da Vila Militar. Segundo exigência do Exército, os agentes aprendem a
manusear revólver calibre 38 (visto por especialistas como uma arma obsoleta),
espingarda calibre 12 e pistola 380 – armas que serão usadas pela GM. As aulas
práticas começaram em outubro e a primeira turma, com 35 guardas, finalizou o
curso há uma semana. Uma nova turma de 35 está em treinamento, com previsão de
conclusão em dezembro. De acordo com a assessoria da Polícia Militar, a
preparação dos seus policiais para uso de armas de fogo dura nove meses, entre
teoria e prática. Em nota, a PM apenas informou que coordena um Curso de Tiro
Defensivo e de Técnicas de Defesa Pessoal dos Guardas Municipais, com 200 horas
teóricas e práticas.
Fonte: Correio da Bahia – 20/11/2013
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